Na gravidez o bebé integrou o corpo da sua mãe durante cerca de 9 meses, pelo que quando nasce ele ainda acredita que faz parte da sua mãe, não conseguindo logo perceber-se como um ser único e separado.
À medida que o bebé evolui no seu desenvolvimento mental, físico e emocional, ele vai começar a sentir que tem o seu próprio corpo (pelos 6 meses), que já não se encontra totalmente protegido dentro do corpo da mãe e que, como tal, pode ser deixado sozinho.
É nesta fase que se inicia o medo do abandono, também conhecido como ansiedade de separação. Tudo isto é novo e provoca no bebé vários medos e angústias que se podem traduzir em diversas situações como: não querer ficar aos cuidados de outra pessoa, não querer ir para a creche, não querer dormir sozinho no seu quarto, etc.
O bebé simplesmente ainda não entende que a mãe pode ir embora momentaneamente, mas que depois volta, e isto provoca-lhe muita ansiedade, pelo que é importante que sempre que a mãe vai deixar o bebé a algum sítio, se despeça dele, explicando que vai voltar em breve.
O objecto de conforto pode ser adoptado como forma de enfrentar esta fase nova e complicada, surgindo como um meio de o bebé se conseguir tranquilizar e confortar em momentos de angústias, medos e inseguranças. Naturalmente, entre os 2 e os 4 anos de idade, a criança encontra outras formas de lidar com o que a assusta e deixa o objecto de conforto.
Em termos práticos e do dia-a-dia os objectos de conforto são realmente uma ajuda para as mãe ou outros cuidadores, principalmente na hora de deitar e dormir sozinho no berço ou no quarto. Estes são uma forma rápida de o bebé conseguir reduzir a sua ansiedade, de relaxar e, mais facilmente, de dormir tranquilo.
No entanto, não é somente o conforto que este objecto proporciona ao bebé, a sua mais valia. O objecto de conforto é algo que não está nem dentro nem fora da criança, e o bebé vai utilizá-lo para ir experimentando várias situações nas quais delimita os seus próprios limites mentais em relação ao externo e ao interno. É como se este objecto estivesse situado numa zona intermédia que lhe permite experimentar o externo sem ter de se angustiar em demasia.
A utilização do objecto de conforto marca cada pessoa de uma forma muito particular, criando na mente do adulto um espaço intermédio potencial (como o foi o objecto de conforto na infância) entre o externo e o interno, ficando responsável pelas capacidades criativas e de representação da realidade para si mesmo.